O arquétipo da mãe é um dos arquétipos mais fundamentais na teoria psicológica de Carl Jung. Ele representa a imagem da mãe primordial, ou seja, uma figura materna universal e arquetípica que é inerente à psique humana.
Jung acreditava que a imagem da mãe é uma das primeiras imagens que um bebê forma em sua mente. Essa imagem é, em grande parte, baseada nas experiências do bebê com sua própria mãe, mas também inclui elementos arquetípicos que vêm da cultura e da história humanas.
O arquétipo da mãe é, portanto, uma combinação de experiência pessoal e coletiva. Para Jung, o arquétipo da mãe representa a ideia da nutrição, proteção, conforto e cuidado, bem como a ideia de abrigo e segurança. Ele acredita que a figura materna é uma fonte de vida e um símbolo de fertilidade e criatividade. Por outro lado, o arquétipo da mãe também pode assumir aspectos negativos, como o controle excessivo, o ciúme, a possessividade e a tirania.
O arquétipo da mãe é tão importante na psicologia de Jung porque é um arquétipo fundamental para a psique humana. Ele representa uma das primeiras imagens que um bebê forma em sua mente, e essa imagem pode ser poderosa e duradoura. Além disso, a imagem da mãe está presente em muitos mitos e religiões em todo o mundo, o que sugere que é uma imagem universal e profundamente arraigada na psique humana.
Em resumo, o arquétipo da mãe é um símbolo poderoso e multifacetado que representa a ideia da nutrição, proteção, conforto e cuidado, bem como a ideia de abrigo e segurança. Ele é uma parte fundamental da psique humana e pode assumir tanto aspectos positivos quanto negativos.
Muitas vezes projetamos no parceiro ou na parceira algo que não deveríamos, porém a projeção não faz parte da consciência e sim do inconsciente, conforme Jung explica, a projeção é inconsciente e ela já existe de antemão. Mas que fator projetante é este? Isso se dá devido ao complexo materno.
Quando nos referimos ao termo “Complexo” nos remetemos, invariavelmente, a idéia de que um monstro nos ronda e a qualquer momento poderá nos atacar. Sempre surge como uma conotação psicopatológica. Quando falamos que alguém tem um complexo, preconceituosamente, pensamos que a pessoa tem uma doença, um problema psíquico. No entanto, como já vimos, os complexos não são negativos em si, os seus efeitos é que se apresentam negativamente.Quando um complexo é constelado indica que está havendo um desequilíbrio na psique e que há uma unilateralidade entre seus componentes. Neste sentido, os efeitos dos complexos deverão ser vistos como sintomas de que algo vai mal na organização interna do indivíduo ou que há conflito interno. A constelação de um complexo tira o indivíduo da inércia, apatia e o impulsiona para a atividade, para a vida criativa. Uma vez que há sofrimento haverá a tendência de sair dele. Se bem resolvido, o conflito poder ser visto positivamente, pois implicará num upgrade da personalidade, um salto qualitativo na vida da pessoa.
“Por complexo materno devem-se entender todos os efeitos psicoenergéticos do arquétipo materno e da imagem materna. Embora esse conceito indique o conjunto de todas as experiências positivas e negativas com a maternidade no sentido transpessoal e com a própria mãe, ele é predominantemente utilizado no contexto psiconeurótico.”
Todo complexo orienta-se através de um núcleo arquetípico, então a base do complexo materno é o arquétipo materno. Segundo Jung, é difícil comprovar se o complexo materno, enquanto distúrbio poderá ocorrer sem a participação causal da mãe. Mas as experiências mostravam que a mãe sempre está presente na origem do distúrbio.
Os efeitos do complexo materno se dão diferentemente no filho e na filha, na mulher, o complexo materno poderá incentivar exageradamente o instinto materno ou inibi-lo profundamente. No homem, entretanto, haverá uma deformação do instinto masculino por uma sexualização anormal. E este acaba sempre procurando a imagem da mãe nas outras mulheres e sempre repete a mesma história. Isso ocorre devido a não elaboração e compreensão desse complexo. Geralmente, num distúrbio decorrente do complexo materno há um impedimento do crescimento do indivíduo e seu ajustamento social. Portanto, a constelação de um complexo materno poderá trazer problemas que, se não observados e trabalhados adequadamente, destruirão a sua vida ou pelo menos atrapalharão de forma impiedosa o seu desenvolvimento e sua maturidade psicológica.
Por Maria Elisa Achitti
CRP 06/156745