Pra falar do que é esse termo, precisamos entender que o conceito de masculinidade que temos hoje é uma construção antiga baseada na virilidade do homem. Essa virilidade é afirmada pelo poder, força, ser ativo sexualmente e dominante. Essas ideias surgiram de uma sociedade que não valorizava a mulher e que entendia a guerra como uma resposta aceitável para qualquer conflito. Atualmente, homens e mulheres têm percebido e discutido como seguir com essa definição ultrapassada de masculinidade pode ser prejudicial para os indivíduos da sociedade em que vivemos, por isso foi criado esse termo que anda tão popular por aí.
A masculinidade entendida como oposto ao que é associado ao feminino, nos leva a alguns comportamentos bem desfavoráveis: obsessão pela competitividade, sucesso e ambição, fechamento/inibição emocional e conflitos em relação ao trabalho e família. Essa masculinidade que desdobra em tais desvantagens é chamada de “Masculinidade Tóxica”.
Com a iniciativa de Guilherme N. Valadares, a ONU Mulheres realizou uma pesquisa nacional com mais de 20mil pessoas em 2016. Aqui, alguns dados importantes:
67% dos homens gostariam de falar sobre medos e dúvidas, mas não fazem isso:
81% dos homens cuidam pouco da própria saúde e gostariam de mudar
45.5% dos homens gostaria de se expressar de modo menos duro ou agressivo, mas não sabem como
93% dos homicídios no Brasil são entre homens
96% da população carcerária são homens
Não à toa, os homens vivem 7 anos a menos do que as mulheres no Brasil. Uma das resoluções da Lei Maria da Penha determina que homens condenados participem dos chamados “Grupos de Reflexão” coordenados por psicólogos com objetivo de refletir sobre o que é masculinidade e conflitos familiares. Segundo pesquisas, quando essa medida é aplicada, a taxa de reincidência (que é altíssima) cai em até 5%.
Todos esses dados resultaram na produção de um documentário chamado “Precisamos falar com os homens?” disponível no youtube. Confere lá e já aproveita pra falar sobre esse tema com quem você ama e quer cuidar.
Por Bartira Ramos
CRP 06/143526
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