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TRANS é o prefixo usado para designar aquilo que vai além, que avança, ultrapassa.
Peço licença para falar de um assunto cujo o lugar de fala não me pertence por inteiro. Sou mulher cisgênero. Ser mulher trans numa sociedade como o Brasil é bem distante da minha vivência como mulher. Falo em nome da visibilidade.
Nunca se falou tanto sobre a transsexualidade como hoje em dia. O Brasil é o país que lidera o ranking mundial de assassinatos transfóbicos e ao mesmo tempo o país que mais consome pornografia cujos protagonistas são mulheres trans. Pouco espaço para representativade e poucas condições de trabalho fora da prostituição ainda são realidade.
São dados que só não está cansado de saber quem realmente não quer saber.
É válido esclarecer:
Cisgênero é a pessoa que se identifica com o gênero que lhe foi atribuído ao nascimento.
Transgênero por sua vez, é o oposto disso, é a pessoa que não se identifica com o gênero que lhe foi imposto ao nascimento. Dentro da transgeneridade ou transsexualidade existem também os gêneros binários (homens e mulheres trans) e gêneros não binaries (agênero, gênero fluido).
O que devemos respeitar é a auto denominação de como cada pessoa se identifica.
Falamos aqui de corpos que não cabem necessariamente no binarismo.
São diversos sentidos atribuídos ao corpo, seja das próprias pessoas trans, seja da medicina, da sociedade, dos saberes psi e outros. Pensando em minha área de atuação, pergunto-me como a psicanálise pode auxiliar na compreensão da subjetividade contemporânea? Encontro nas palavras do psicanalista Antônio Quinet uma reflexão:
“É para isso que estamos aqui, para avançarmos, com Freud e Lacan, na construção do saber psicanalítico, sempre aberto ao singular e às novas manifestações do sujeito do desejo.”
Por Alessandra Azevedo
CRP 06.162000
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